Memória do século XX
Espólio existente em Villa Idalina, edificação do início do seculo XX, em Seixas, Caminha, ligada à emigração para o Brasil. Trata-se de um considerável número de negativos em vidro que documentam o contexto social associado à casa entre 1908 e 1934, anos do retorno e morte do seu proprietário. Em 1908, Joaquim dos Anjos Costa manda construir Vila Idalina em Seixas- Caminha. assim homenageando a sua jovem esposa – Idalina - e preparando o “retorno” à terra natal, depois de passados vinte anos no Rio de Janeiro, para onde emigrou (em 1888). O terreno possui a localização ideal, que permitirá ao edifício uma implantação sobranceira, francamente visível quer da estrada de macadame, quer da linha férrea, quer ainda do rio Minho. O projeto passa por exigentes etapas que Joaquim dos Anjos Costa acompanha de perto, conhecendo-se-lhe pelo menos cinco soluções diferentes, sendo nelas constante a linguagem eclética, própria das casas da elite, bem como o programa, condizente com o estatuto social que o proprietário quer ver reconhecido. Para além daquilo que se exibe ao exterior, no interior estão garantidas as condições de conforto que se impõem (pinturas decorativas, marchetaria em pavimentos de madeira, vasos sanitários em louça importada, entre outros recursos). A par de água canalizada e luz elétrica, tudo aqui concorre, como convém, para “morar à franceza”. A obra estará em condições de poder ser inaugurada em Dezembro de 1914.
Rio de Janeiro, década de 1900
Local não identificado, década de 1900
Palácio de Cristal, Porto, junho de 1934